Usuários do Tinder têm imagem negativa do próprio corpo
Estudo revela que pessoas que usam o aplicativo têm baixa autoestima e estão insatisfeitos com a aparência. Homens apresentam os resultados mais negativos
Esse é um dos primeiros estudos a examinar
a relação do uso do Tinder com o funcionamento
psicológico de homens e mulheres (Divulgação/VEJA)
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Usuários do aplicativo de relacionamentos Tinder estão insatisfeitos com a própria aparência e têm baixa autoestima, revela um estudo feito por cientistas americanos. De acordo com a pesquisa, apresentada nesta semana durante a Conferência Anual da Associação Americana de Psicologia, os homens compõem o grupo que mais sofre com o uso da popular ferramenta – eles têm os maiores níveis de baixa autoestima. Segundo os autores, essa é uma das primeiras análises sobre a relação entre o uso do Tinder e o funcionamento psicológico de homens e mulheres.
O estudo foi feito com 1.317 estudantes de duas universidades americanas. Os cientistas pediram que os participantes respondessem a questões que abordavam, entre outras coisas, a satisfação com o próprio corpo e como eles comparavam a sua aparência com a de outras pessoas. No final do questionário os participantes respondiam se usavam ou não o Tinder: 70 mulheres e 32 homens afirmaram ser ativos no aplicativo.
Comparando as respostas, os especialistas identificaram que, em ambos os gêneros, as pessoas que participavam do Tinder estavam mais insatisfeitas com seu corpo do que os estudantes que não usavam o aplicativo.
“Descobrimos que o envolvimento ativo com o Tinder, independentemente do gênero, estava associado com a vergonha do corpo, o monitoramento da aparência, a internalização de expectativas sociais de beleza, comparação de características físicas com outras pessoas e dependência da imprensa na obtenção de informações sobre aparência e atratividade”, afirmou Strübel em um comunicado.
Autoestima
Os participantes do sexo masculino apresentavam os maiores níveis de baixa autoestima de todos os grupos estudados. “Embora as intervenções de imagem corporal sejam atualmente direcionadas para as mulheres, nossos resultados sugerem que os homens são igualmente afetados pelo ambiente das mídias digitais”, disse a pesquisadora.
Os autores afirmam que o estudo não sugere que o aplicativo esteja causando baixa autoestima e as implicações negativas na satisfação com o corpo. Segundo eles, é possível que pessoas que apresentam essas características estejam mais propensas a participar de aplicativos de paquera.
Como a análise é uma das primeiras a verificar os efeitos psicológicos do Tinder, Strübel afirma que são necessários outros estudos para aprofundar as descobertas. Novas análises podem trazer novos indícios de quais são os efeitos imediatos e de longo prazo em indivíduos expostos a esse tipo de plataforma.
A resposta do Tinder
Em nota, o Tinder afirmou que “as descobertas do artigo não podem ser consideradas significantes ou representativas” e “qualquer cientista social sério irá questionar e duvidar da validade dos resultados”. Segundo a empresa, a amostra de usuários avaliados pelo estudo é muito pequena e “nenhuma descoberta pode ser estabelecida a partir de uma perspectiva empírica”.
VEJA
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