Em junho do ano passado, Dylann Roof matou a tiros nove fiƩis negros em uma igreja da comunidade negra de Charleston, na Carolina do Sul
"Determinei que o Departamento de JustiƧa peƧa a pena de morte. A natureza do suposto crime e o dano resultante nos obrigam a tomar esta decisĆ£o", disse em declaraƧƵes enviadas aos veĆculos de comunicação a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, a primeira mulher negra Ć frente do Departamento de JustiƧa.
Embora o presidente dos EUA, Barack Obama, tenha se mostrado reticente à aplicação da pena de morte em alguns casos, nesta ocasião o governo decidiu pedir esta punição após revisar "rigorosamente" os fatos relevantes, segundo Lynch.
O governo dos EUA também pediu com sucesso no ano passado a pena capital para Dzhokhar Tsarnaev, coautor confesso dos atentados da maratona de Boston de 2013, onde morreram três pessoas e outras 264 ficaram feridas.
Em julho do ano passado, a procuradora apresentou contra Roof 33 acusações federais e lhe indiciou por crimes de ódio ao considerar que se guiou por motivos raciais quando abriu fogo contra um grupo de pessoas que lia textos sagrados na histórica Igreja Africana Metodista Episcopal de Charleston.
Seis mulheres e três homens, entre eles o pastor da igreja e senador estadual Clementa Pinckney, morreram no ataque e, segundo o relato de um dos três sobreviventes, Roof justificou sua ação dizendo que os negros estão se "apoderando" dos EUA.
O governo federal decidiu apresentar acusações por crimes de ódio porque o estado da Carolina do Sul, onde aconteceu o massacre, não contempla este tipo de delito em sua legislação.
Na Carolina do Sul, Roof, de 22 anos, terÔ que responder a nove acusações por assassinato, três de tentativa de assassinato e outra por portar armas, crimes que também poderiam condenÔ-lo à pena capital.
Roof tem visões similares às dos grupos de supremacistas brancos da Carolina do Sul, estado que em julho decidiu retirar a bandeira confederada de seu Capitólio após mais de meio século ondeando em homenagem aos estados do sul que defendiam a escravidão na Guerra de Secessão contra os do norte.
Em uma foto de seu perfil de Facebook divulgada após o massacre, Roof aparece vestido com um jaqueta na qual estÔ costurada uma bandeira do sistema de segregação racial sul-africano do apartheid e outra da Rodésia, antiga colÓnia britânica que esteve governada pela minoria branca até se transformar no atual ZimbÔbue, em 1980.
O tiroteio de Charleston voltou a trazer à tona o debate sobre o racismo nos Estados Unidos, muito presente no último um ano e meio por causa de vÔrios casos de homens negros desarmados mortos por policiais brancos.
(Com EFE)
Por Alisson Schneider
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